• “Adianto aos leitores de meu blog, que ele deve ser lido pausadamente, é de que não conheço a arte de ser claro para quem não deseja ser atento."

  • "Se você tivesse acreditado nas minhas brincadeiras de dizer verdades, teria ouvido muitas verdades que insisto em dizer brincando... Falei, muitas vezes, como um palhaço, mas nunca desacreditei da seriedade da plateia que sorria." Charles Chaplin

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

A Dialética entre Aprender e Ensinar

Aqui você encontra meu texto escrito para o concurso nacional da Fundação Logosófica, que tinha por tema: a arte de aprender e a arte de ensinar. Diante do tema apresentado, construí esta raridade com o titulo a relação dialética entre aprender e ensinar. Pautado nos estudos que fiz, na área de pedagogia e com base nas teorias de filosofia para crianças, apresento uma nova forma de aprender e de ensinar. Aquilo que, para mim, seria a arte dual, competência básica de um educador. Infelizmente não me escolheram como vencedor. Haja visto, que nestes casos, onde são oferecidos prêmios aos vencedores, seja em dinheiro ou privilégios, é difícil se ter uma precisão na construção dos conteúdos, pois esta-se muito ligado aquilo que os avaliadores querem que seja o melhor, a imparcialidade na construção de um texto literário e a avaliação fica um pouco comprometida, embora eu tenha buscado completamente por esta. Aos meus apreciadores boa leitura. Segue a baixo o texto:
O Ensinar e o aprender estão intimamente ligados, constituem uma relação dialética. Compõe fatores e manifestações históricas. Apresentam-se indispensáveis para o conhecimento de si, da sociedade e do Criador. São características intrínsecas do comportamento humano. Uma vez dominante da arte de ensinar e aprender podemos proporcionar uma estreita relação de ensino-aprendizagem, de forma a enriquecer o ambiente com nos circunda.
Desde os primórdios, tão logo o ser humano se diferenciou dos primatas, compreendendo, por si só, de que era superior aos animais irracionais e que a sua existência não era só para se alimentar, acasalar e acomodar-se em seus alojamentos. Ele se reuniu, a princípio, em bandos e tribos a obedecer aos seus dirigentes, lhes acatando as ordens dadas, e melhor, aprendendo com eles um modo de viver que lhe permitia, passo a passo, dirigir-se a outros menos capazes, se tornando paulatinamente um educador. Pouco a pouco, porém, seguidamente, foram se desenvolvendo, com os mais capazes, portanto, inteligentes, se destacando dos demais. E, se esmerando na observação do que via, discernindo os seus predicados visuais, para, então, ensinar aos demais, com isso e por isso, de individuais, todos passaram a fazer parte de uma coletividade didática na arte de ensinar e aprender.
Ensinar e aprender constitui uma relação dialética por estarem intimamente ligadas uma a outra. Não se pode classificar a atitude ensinar como verdadeira quando esta se separa da atitude aprender. E não existe um aprender que seja válido, separadamente da atitude de ensinar. Ou seja, a pessoa que ensina precisa estar atenta às manifestações epistemológicas que se apresentam à relação ensino-aprendizagem. Ao contrário da forma tradicional de ensinar, deve haver uma relação de “mão dupla”, onde transmite e ao mesmo tempo recebe conhecimento. Onde a ação de ensinar de alguma pessoa, a verdadeira forma de ensinar, aquela próxima ao ideal que a maioria na sociedade almeja, deve estar ligada à maneira de agir de tal pessoa. Precisa conciliar teoria e prática. De modo que aos aprendizes exista a possibilidade de identificar na vida do educador, pessoa que ensina, a ligação com as palavras deste. São os exemplos de vida, que popularmente menciona-se. Em segunda via, na atitude de aprender deve conter o compromisso de ensinar. O conhecimento torna-se digno de louvor quanto este é disposto à sociedade como objeto comum e permite o acesso ao Bem para todos. Aqui, o verdadeiro aprendiz é aquele que decide repassar o que aprendeu. Transmitir aos outros o conhecimento a fim de torná-lo patrimônio da humanidade, são os ensinamentos transformadores. Esta atitude dentro da doutrina cristã estaria na figura do profeta. E como verdadeiro exemplo Jesus Cristo.Está presente no ser humano a busca da compreensão de si, do espaço onde vive e de Deus. Vê-se isto claramente na tradição histórica. O filósofo grego Sócrates, no séc. IV a.C. já havia encontrado no templo do Oráculo de Delfos a afirmação “conheça-te a ti mesmo”. Comumente existem pessoas se perguntando: “o que é o ser humano? Quem o criou?”. Aprender bem e ensinar com consciência permite levar a si e aos demais uma resposta satisfatória destas interrogações. Permite compreender e ensinar que somos uma sociedade, e que como pertencentes de uma sociedade, temos direitos e deveres ligados à vida social. Que como criados por um Deus Único e Verdadeiro, embora compreendido em várias dimensões, diversas religiões, devemos orientar nossas vidas com os ensinamentos que Ele nos deixou. Devemos amar e respeitar aos outros como a si mesmo e Amá-lo e Louva-lo acima de todas as coisas. E neste aspecto, a sociedade atual carece desta compreensão. Perdeu-se em parte, a ligação com o Criador. As pessoas se tornam a cada dia mais individuais, fechadas em si próprias.No ponto da formação para a arte de aprender e a arte de ensinar, vale fazer referência ao relatório da UNESCO, organizado por J. Delors e publicado pela Editora Cortez, no ano 1999. Onde ele apresenta os quatro pilares da educação: aprender a pensar, a refletir, a criticar e compreender a vida e não-vida na sociedade. Aprender a fazer, tendo claro que a educação deve também responder a algumas tarefas básicas exigidas pelo mundo técnico. Evidente que o pensar não exclui o fazer e vice-versa. Aprender a se relacionar, a conviver com os outros. A tolerância é uma das marcas deste início de milênio que precisa ser superada e o espaço de socialização precisa ser permanentemente recriado. Aprender a ser, a se encontrar consigo e com os outros que nos cercam. O neoliberalismo impõe um processo paradoxal: o individualismo e a despersonalização. Cabe ao educador, portador a arte de aprender e a arte de ensinar, contribuir para a construção de um novo paradigma que resgate o sujeito e mostre que a felicidade é sempre um processo coletivo – como dizia certo pensador: “eu sou eu e minhas circunstâncias. Não salvo a mim, se não as salvo”. O teólogo J. B. Libânio, no livro A arte de Formar-se, publicado pela editora Edições Loyola, no ano de 2002, acrescenta um quinto pilar na compreensão da educação: aprender a discernir a vontade de Deus. Onde que por meio deste encontra-se o caminho que leva a felicidade e ao equilíbrio. Para isso precisa libertar-se dos condicionamentos, encontrar a liberdade e encontrar Deus, que se manifesta ao nosso redor.Neste sentido tem-se a arte de aprender e a arte de ensinar, que pode ser alcançada por todo ser humano. Vale ressaltar aqui, que esta arte, para alguns se manifesta como vocação, chamado de dentro de si, algo que faz parte da vida. Já para outros, há a possibilidade de desenvolvê-la, por não estar tão evidente na forma de agir deste. Pode-se trabalhar para alcançá-la. Tanto em um quanto em outro, esta atitude compreende o domínio do conhecimento aplicável à realidade, o conhecimento que transforma, que trás compreensão do ser humano como uma gama de possibilidades, dotado de uma capacidade complexa e um mecanismo mental misterioso, a ser explorado e descoberto. A arte de aprender e a arte de ensinar consiste em acreditar na perfectibilidade humana, na capacidade inata de aprender e no desejo de saber que anima os seres humanos. Acreditar que nós, seres humanos, podemos melhorar uns aos outros através do conhecimento.

2 comentários:

JOSÉ RENATO DOS REIS disse...

kkkk “Adianto aos leitores de meu blog, que ele deve ser lido pausadamente, é de que não conheço a arte de ser claro para quem não deseja ser atento."

JOSÉ RENATO DOS REIS disse...

"abraça a vida intelectual com intenções desinteresseiras e não por ambição
ou vã gloríola." A Vida Intelectual A. D. Sertillanges
Fugiu desta aula amiguinho!